quinta-feira, 21 de abril de 2011

Riverdales: "Invasion USA" e "Tarantula" (2009-2010).

"Invasion USA"
Ben Foster é tão fanático por Ramones que semanas após assistir a um show deles em 86, decidiu formar o Screeching Weasel. Ainda que a influência do quarteto do Queens não fosse tão presente na sonoridade hardcore da fase inicial do weasel, o primeiro indício dela surgiu em 92, quando regravaram o clássico primeiro disco do Ramones na íntegra; o segundo veio em meio a uma das muitas pausas do grupo, quando Ben formou aquele que talvez seja seu melhor projeto: The Riverdales.
Com o nome vindo da cidade onde moravam os personagens de um desenho animado chamado The Archie Show, o Riverdales vai direto na fonte do Punk ramônico: três acordes sempre tocados com down stroking (palhetadas rápidas para baixo), batidas retas e melodias bubblegum. Porém, engana-se quem aposta que o trio é apenas uma cópia; as inspiradíssimas composições de Ben, junto as do baixista/guitarrista Dan Schaefer fazem a banda se distanciar léguas de distância dos milhares de grupos que tentam fazer o mesmo que eles em vão.
"Tarantula"
Os cinco albuns da banda são essenciais, mas vou me prender a dois em especial: "Invasion USA" e "Tarantula", respectivamente de 2009 e 2010. O "Invasion USA" marca a volta deles depois de 7 anos de ausência e traz uma interessante concepção: todas as letras foram compostas a partir de títulos de filme de terror ou ficção científica, notadamente das décadas de 50 e 60. O "índice" para se chegar a esses nomes veio de um seriado chamado Mystery Science Theater 3000. Renovada pela cuidadosa produção, a sonoridade do Riverdales não muda, mas ganha muito com a entrada do novo baterista, Adam Cargin, deixando o som mais rápido que o usual, principalmente ao vivo. A interessante dinâmica de composição e divisão de vocais entre Foster e Schaefer continua sendo o ponto alto, ficando injusto tentar escolher qual dos dois é o melhor; isso se torna mais forte ao ouvir "Tarantula", o album seguinte e continuação do Invasion, que mostra músicas mais maduras e com um senso melódico mais apurado.
Infelizmente, Ben (a.k.a Ben Weasel) meteu os pés pelas mãos recentemente se metendo a bater em duas mulheres em um show do Screeching Weasel. Como resultado, a banda inteira resolveu sair deixando Weasel com um album novo por divulgar e sem a possibilidade de um novo lançamento do Riverdales, já que a formação atual era a mesma, tirando que no Screeching, Foster é apenas vocalista. Em compensação, Dan (a.k.a. Dan Vapid) vai continuar a tocar suas músicas compostas no River, Screeching, Methadones, Mopes e Sludgeworth sob o nome Dan Vapid and The Distractions.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Foo Fighters - "The Wasting Light" - 2010.

Depois de um hiato de dois anos, cada notícia veiculada ia aumentando mais a ansiedade sobre o retorno do grupo e o consequente novo álbum . Estranho afirmar, mas esta parada foi bastante inspiradora para Ghrol, que fez uma espécie de volta às origens, desde a concepção até a gravação das novas músicas, todas registradas no estúdio da garagem do próprio Dave. Por trás de tudo, a produção de Butch Vig ("Nevermind", lembra-se?). Para engrossar a lista de convidados, participações como a do ex-companheiro de Nirvana, Chris Novoselic; do guitarrista e vocalista Bob Mould – mestre da escola barulho/melodia na qual Ghrol e o finado Cobain estão entre os mais notáveis alunos e a volta de outro velho companheiro de Foo fighters: o guitarrista Pat Smear, deixando a banda agora com 3 guitarras em sua formação!
Arrisco que este é o melhor disco de Rock de 2011, ao menos no universo mainstream. Com 11 músicas, este é o conjunto de músicas mais coeso desde o segundo e mítico álbum “The colour and the shape”. Não que a banda tivesse perdido a mão, mas seus últimos álbuns continham músicas espetaculares junto a outras não tão memoráveis, dando um ar meio irregular a obra deles. Já em “The wasting light” a estória é diferente, o grupo joga de cara cinco das melhores músicas já feitas por eles: a sequência de “Bridge Burning” à “Arlandria” é realmente de deixar no repeat por horas; e olha que eu estou falando apenas das cinco primeiras faixas.
Para variar, em 1 de Abril – ao menos para mim – o álbum já vazava pela internet em qualidade baixa; espertamente, o grupo disponibilizou em streaming de alta qualidade o disco inteiro para se ouvir no site oficial.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Foo Fighters - "Dear Rosemary" (at the Roxy).



O vídeo de "White limo" já foi divulgado, mas desde que o Foo fighters começou a apresentar seu disco novo na íntegra ao vivo que filmagens desse show começaram a aparecer no Youtube. Uma bela surpresa é "Dear Rosemary", aqui com a participação de Bob Mould (Hüsker Dü/Sugar). Atentem como não fosse o fato dela ter sido composta por Ghrol, bem que poderia estar em algum solo de Bob.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Entrevista: Panço (Jason).


Em 2005 fiz uma entrevista para um site local chamado Estação Hardcore com o Panço; guitarrista de uma das minhas bandas nacionais favoritas: Jason.
Na época, o grupo estava excursionando pelo nordeste e fariam um show aqui em Teresina. Nessa ocasião, até comprei o livro "2001 - Uma Odisséia Pela Europa", de autoria do próprio guitarrista e que guardo carinhosamente autografado em minhas coisas.

1. Bom, Panço, corrija me se estiver errado, essa vai ser a quarta vez aqui em Teresina não? Como vão os preparativos para mais uma turnê aqui pelo nordeste?
É isso sim. Nossa sexta vez no nordeste, mas a quarta em Teresina. Já conseguimos marcar 12 shows. A meta é sempre mais. Acho que vai ser mais ou menos parecido com o ano passado. 16. Só que em menos tempo que ano passado, o que é melhor pra gente. Acho que vai ser melhor ainda que as anteriores.

2. E quanto ao Jason, como é que anda a formação, a cozinha parece estar estabilizada com o De Souza e o David, verdade? E quanto ao vocal, quem está no posto agora?
Sim, eles dois entraram e tão aí, certíssimo. Vão gravar o disco novo já. Quem vai cantar nessa tour agora é o Sergio Wayne. Vamos ver o que acontece depois da viagem. Não sabemos.

3. Por que é difícil assim ter um vocalista fixo no Jason?
Poucas pessoas apareceram, se interessaram em fazer teste. E como tivemos grandes cantores como o Vital e o Glerm, é bem difícil achar alguém à altura.

4. Em relação a material, vocês já estão com alguma coisa para ser lançada?
Temos várias coisas pra sair. Tá faltando dinheiro pra terminar a gravação de 5 músicas que já estão com as baterias prontas. Temos 12 pro disco novo e gravamos alguns covers. Estes estão mais adiantados. Falta voz e mixar. Mas não sei ainda onde eles vão sair. O mais provável é que saiam só no exterior. E o que tem mais certo é um CD com lados b. Esse tá mais perto ainda.

5. O último clipe foi o de "Fé nunca mais", você tinha me falado que já está sendo feito o de "Imagem é tudo, sua cabeça não tem nada", que é do primeiro cd de vocês, porque fazer o clipe de uma música não recente?
A gente decidiu pela primeira vez jogar pra torcida e usar a música da gente mais conhecida por ter sido gravada pela Pitty no DVD dela que já tem 15.000 cópias no Brasil e mais algumas em Portugal. Além do mais queremos fazer um clipe novo com a banda tocando mesmo e do disco novo, com vocalista novo, tudo novo. Então como imagem vai ser desenho animado, dá tudo bem. Quando for pra tocar mesmo, tem que ser com todos novos.

6. Ainda a respeito de "Fé nunca mais". De onde veio a idéia das máscaras, que também tem nas fotos do encarte do cd "Eu, tu, Dênis", elas possuem algum significado?
A idéia foi do Flock - baixista do Jason. Ele se inspirou em uma artista - que morreu em 2001 - da Áustria. Foi de lá que ele tirou. E se você prestar atenção por aí, tem mais gente que se inspirou nela. Com certeza total.

7. E a trilogia do eu, por que esse nome?
Trilogia do ego na verdade. Quando lançamos o terceiro cd a gente percebeu que tinha EU nos três, que realmente a gente é bem egocêntrico, etc. Daí surgiu o nome.

8. Talvez poucos saibam, mas o Jason foi a única banda hardcore, pelo menos aqui no Brasil, a lançar um cd conceitual. Como é que surgiu essa idéia?
Acho que a idéia foi do Flock também. Nosso fazedor de idéias. Talvez ele pudesse falar melhor como ela surgiu exatamente, mas ele não está mais tocando com a gente. De qualquer modo acho que todo o conceito ficou demais. Eu lembro que colaborei com os nomes. São todos referências nossas. Nome das nossas mães, coisas assim. Referências pros nossos biógrafos desvendarem quando formos tipo os Beatles no futuro.

9. E quanto ao livro "2001 : Uma odisséia na Europa", Para aqueles que ainda não o leram, o que podemos encontrar?
Poderão encontrar histórias divertidas de um grupo de rock que saiu pelo mundo tocando suas músicas, sem precisar ser cover, nem fazer concessões, berrando, tocando bem alto. Acho que é isso. Fotos pra quem não gosta de ler também.

10. Bom, Panço, agradeço pela a entrevista e deixo esse espaço pra você falar suas considerações finais.
A gente tá trabalhando bastante pra divulgar e crescer. Estamos na fase do crescer ou crescer, não tem mais outra opção. Ficar pequeno não tá rolando. Então a gente tem tentando muito mesmo divulgar os clipes. Quem quiser baixar, pode me pedir pelo msn ou baixar no site gringo: www.jason.biz.md. Obrigado mesmo ao estação. Nos vemos em Teresina pro rock.
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De lá pra cá, o cd que ainda estava sendo gravado veio a ser lançado apenas em 2007; Panço lançou mais um livro: "Caras Dessa Idade Já Não Lêem Manuais"; Vital e Flock voltaram e o Jason continua por aí ensaiando e preparando novo material.
Acesse aqui o link para quem quiser conhece-los melhor.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

"Bravura Indômita" - 2011.


Confesso que não gostei das duas últimas produções dos irmãos Coen. De sua safra recente, o excelente "Onde os fracos não tem vez" foi o filme que mais me agradou. Ao terminar de vê-lo, fiquei pensando que a dupla poderia muito bem dirigir um western tradicional já que este se assemelhava muito ao gênero, com o diferencial da estória ser ambientada nos anos 80. Por isso não me surpreendi ao saber que eles iriam refilmar o clássico "Bravura Indômita".
Em 1969, "Bravura indômita" garantiu a John Wayne seu primeiro Oscar; seu papel era do xerife "Rooster" Cogburn que era contratado pela jovem Mattie Ross para capturar o assassino de seu pai. A estória era adaptada do livro de mesmo nome, escrito por Charlie Portis. 
O plot do filme permanece o mesmo e a parceria com o ator Jeff Bridges novamente foi retomada. Seu Cogburn é impagável! Carregando no sotaque e numa estranha impostação de voz que o diferencia totalmente da interpretação de Wayne, ficando como único referencial o tapa-olho. É de Bridges os melhores momentos, seja entrando em atrito constante com o texas ranger Leboeuf (Matt Damon) ou a crescente relação de amizade e admiração com Mattie, aqui com apenas 14 anos e interpretada pela talentosa Hailee Steinfeld.
Os Coen evitaram de assistir ao filme de 69, preferindo fazer sua própria versão baseada no livro de Portis. Assim, conseguiram imprimir novamente a sua marca de forma original mesmo em um remake. Como resultado, o filme já está concorrendo em várias categorias ao Oscar desse ano, dentre elas: melhor filme, diretor, ator, ator coadjuvante e roteiro adaptado.

domingo, 30 de janeiro de 2011

"30 Dias de Noite" - 2007.

É fato que Stephenie Meyer e sua saga iniciada com "Crepúsculo" deixou a mítica criatura dos vampiros meio esquisita. Se algo ainda faz jus ao conceito original deles atualmente é a série de tevê "True Blood".
Não sei bem a recepção que "30 dias de noite" teve na época de seu lançamento, em 2007, mas tenho uma certa impressão que ele não fez tanto estardalhaço assim. O que é uma pena pois este é um belo exemplo de como um filme de terror moderno ainda pode funcionar. O filme é baseado em uma graphic novel escrita por Steve Niles e muito bem ilustrada por Ben Templesmith. Como nem toda adaptação de quadrinho é sinônimo de qualidade, ver o nome de Sam Raimi e do próprio criador da obra, ambos respectivamente como produtor e roteirista, nos tranquiliza bem mais. Quem já conhece Raimi sabe de seu currículo em filmes do gênero, como a trilogia "Evil Dead" e "O Dom da Premonição". Apesar dele não estar diretamente na direção, só o fato dele estar produzindo já conta muito para o êxito do filme.
exemplo da atmosfera do quadrinho
O enredo é sobre uma cidade no Alasca chamada Barrow que tem uma peculiaridade: uma vez por ano, durante o inverno, o sol deixa de nascer por 30 dias. O cenário perfeito para vampiros, que pouco à pouco vão isolando a cidade e deixando seus habitantes à mercê de sua sede de sangue. Todo o filme é muito bem cuidado e sem exageros, principalmente na parte de efeitos visuais, sem exageros de CG, fora a caracterização dos vampiros, que foge da imagem padrão e romantizada da criatura, possuindo um instinto mais animal. Um outro fator interessante são as imagens em tons cinza e escuro, remetendo diretamente aos quadrinhos e intensificando o clima claustrofóbico e denso da estória.
Em 2003, Niles e Templesmith fizeram uma continuação para as hqs chamada "Dark Days"; em 2010, resolveram adapta-la, porém com um nível inferior ao primeiro filme e totalmente dispensável.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Misfits on ukelele!





Garotas cantando e tocando Misfits com ukelele. Não precisamos de mais!